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Alexandra Neto

Seg | 27.01.14

OPINIÃO | O que é tendência?

Li, recentemente, um texto fantástico no Petiscos (da Julia Petit) sobre tendências hoje em dia, cuja 'genialidade' pode ser resumida no seguinte excerto:


"Sabe aquele sentimento de vergonha que a gente tem quando vê fotos de 20 anos atrás e pensa: “Meu Deus, como eu usei essa roupa, que ridículo!” A sensação agora é de que o pessoal está fazendo a mesma coisa, só que com roupas que usava há poucos meses."



A verdade é que, apesar de já termos percebido que editoriais servem "apenas" para inspirar, dá para reparar que há muito boa gente que ainda não percebeu que as montras também. Que a variedade existe para nos dar poder de escolha na hora de comprar, e não para nos dar poder de escolha a partir do nosso guarda-roupa.

A novidade é sempre "refreshing", é muito bom sairmos da rotina com uma peça diferente e "out-of-the-box", mas é ainda melhor, e mais importante, o poder de escolha. E sair por aí a comprar tudo o que há de novo, e que é "tendência" (termo que começa a estar démodé), não é ter poder de escolha, não é ter gosto próprio, não é inspirador. Inspirador, para mim, é ver alguém "rocking" uma peça com dois ou três anos (sim, apenas dois ou três, já é uma coisa RARA), muito mais do que alguém com o último it da Zara ou da H&M.




No mesmo texto, a autora refere ainda que Garance Doré decidiu estar uns tempos sem comprar muito por sentir falta da "adrenalina" de andar a namorar uma peça, por sentir que comprar estava a tornar-se algo banal, em vez de especial.


Então é isto - é isto mesmo que tenho feito já de há uns bons tempos para cá, e é isto que vos sugiro. Namorar a peça. Saber escolher. Saber distinguir algo que é bonito ali na prateleira, de algo que gostamos e vamos realmente usar. Não comprar na hora, sentir a alegria de "finalmente" ter aquela peça, aquele par de sapatos.




Link
"Tendência onde?", Petiscos

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