A julgar pelo título da rubrica desta semana, até diria que é um epi de Revenge ou assim. Mas não, hoje vamos falar de truques&dicas para RESISTIR ao sentimento de consumo-parvo. Ora bem, e o que é consumo-parvo? Comprar algo que não vamos usar (muitas vezes).
Em primeiro lugar, QUAIS OS ERROS A EVITAR? Alguns já os sabemos de trás para a frente, mas outros nem tanto. Por isso, recapitulemos:
Camille Over the Rainbow
TAMANHO ERRADO | Nem que custe 2€, só vale a pena se o tamanho for acima e existir maneira de arranjar na costureira (e não tire a etiqueta até falar com a mesma).
TENDÊNCIA? | Tudo em busca do último grito, e às vezes nem se pára para pensar "será que isto faz sentido em mim?".
EU E 20.000 | Não há como negar. Até posso gostar de uma certa peça, comprar e prometer amá-la até ao fim da vida. Mas basta sair à rua e ver 10.000 pessoas com a mesma peça, e outras 10.000 com uma "inspired" que me passa logo o encanto.
PRECISO, PRECISO, PRECISO | Contra mim falo, mas basta ver algum clique street style com uma peça de que goste e isso torna-se, de imediato, uma necessidade urgente do meu guarda-roupa.
GOSTEI, FICA ÓPTIMA, MAS... | Outro clássico é comprar algo que sim sra é muito bonito, sim sra fica muito bem, mas que não temos onde nem como usar.
Agora resta-nos saber COMO EVITAR:
LISTAS DAS VERDADES | Existe espaço para uma wish list, mas depois também devemos ter a "verdadeira lista". Istó é algo que tenho tentado praticar - e que até já partilhei no fb - que é: desligar computador, afastar o tlm, arrumar as revistas bem longe, deixar passar uma hora, dar uma vista de olhos pelo guarda-vestidos e depois escrevê-la em papel - só com o que está na cabeça, sem auxílio de anúncios ou do site da Zara!! Assim conseguimos uma lista do que realmente queremos/precisamos.
TMR
DEIXAR PASSAR UMA SEMANA | Outra prática que tenho tentando (e conseguido) é de não comprar de imediato. Ver online/loja, experimentar, deixar por lá, pensar em casa, e então depois decidir se compro ou não.
PREFERIR QUALIDADE A QUANTIDADE | Algumas coisas podem resultar (comigo é bijuteria), mas na maior parte não resulta. Uma coisa é a "qualidade-acessível", mas outra é preterir um par de jeans de qualidade por dois ou três pares que não vão durar tanto (e, provavelmente, não vão asentar tão bem). Na qualidade está um bom guarda roupa, e não no "entulho" e na confusão.
TENDÊNCIA DO DIA | Se gosta, compre. Mas se é a peça da moda pense: "será que o facto de ver '20.000' pessoas com a mesma peça me vai fazer enjoar?" - se a resposta for sim, ou houver dúvidas, então deixe ficar na loja.
Outra questão da tendência-do-dia: lá porque gosta, não vale a pena comprar um de cada cor. Ok, gosta de ténis com plataforma? Invista numa cor que goste/combine e está mais que bom.
A IDADE | Rara é a peça que dá para todas as idades, mas acho que há muito boa gente que faz por esquecer este detalhe: as miúdas cada vez se vestem mais à "senhora", e as senhoras cada vez querem parecer mais miúdas. Quando experimentarem algo não olhem só para a peça em si, e visualisem tudo - tipo de corpo, idade, estilo, e cenários. Porque posso gostar imenso da ideia de ter uma mochila-toda-moderna, mas o certo é que não teria um único sítio onde a usar.
Excelente post Xana! Pratico todas as regras do "Como Evitar" porque os tempos não são para brincadeiras! Para mim as peças que TODA a gente tem, para mim são um grande "turn off"! Esta estação já deu para ver que é a saia de pele meio rodada da Zara, a camisola a dizer Paris da Mango, e as botifarras (aka ténis de cunha da Zara, estes em específico) que estão em todos os blogs. São logo coisas que eu não quero ter!
Acho que temos de ser coerentes com a moda, adaptá-la ao nosso estilo e não adaptar o estilo à moda, como se vê muito por ai. Vejo bloggers que devem renovar o armário completo a cada estação porque SÓ usam peças tendência. Se disserem amanhã que se usa orelhas de coelho, vão a correr usar. Para mim isso não é estilo. É ausência dele.
Muito bom este post, no entanto permite-me apenas fazer uma ou duas observações... No meu caso, não me incomoda que mais 10 000 pessoas tenham a mesma peça que eu. De certo que não a iremos usar da mesma forma, e é aqui que entra o nosso estilo pessoal e (bom) gosto, a nossa individualidade. O que tenho reparado é que muita gente está a perder o sentido de individualidade e cada vez mais copia o estilo dos "lookbooks" e das bloggers, quando deviam cultivar mais o seu próprio gosto e personalidade. E às vezes até dou por mim a ir por aí. Um exemplo foi a sweater verde Kenzo que as bloggers todas andam a usar nos FW . E dei por mim a querer uma também quando no fundo, aquilo nem faz o meu estilo.
Por outro lado, o exemplo das tachas e studs (eu acompanho o teu blog, sei bem o quanto estás farta ;), no meu caso sempre gostei e faz muito o meu estilo. Sei que esta febre irá passar mas admito que comprei pelo menos um casaco e uma mala com studs, e os botins da Zara que sei que vou usar por muito tempo, mesmo depois da febre. E digo o mesmo em relação à pele, sempre gostei e aproveito sempre nos saldos para comprar um blusão novo, porque sei que são peças intemporais e mais estação, menos estação há-de estar na moda novamente. Este é, também, um bom conselho: guardar as boas peças (e mais caras) para comprar nos saldos.
Um outro conselho que acho que se poderia referir: para quem gosta de seguir tendências, porque não combinar 2 tendências apenas numa peça? Como por exemplo, umas leather (ou faux leather) jeggins oxblood ou burgundy.
E em resposta à Pipita de Chocolate (aqui em cima), tem toda a razão, principalmente no que diz respeito à camisola da Mango :P
Adorei o teu coment, e achei muito certeiro :D Quanto à questão das "20.000 pessoas" o que quis dizer (não desenvolvi porque já falei disto em alguns posts) é que vale a pena quando gostamos mesmo... Porque aquele "gostar por gostar" acaba por dar em enjoo e "arruma no armário". Eu por exemplo comprei a camisa camuflada - que mil pessoas têm - e gosto e uso imenso, mas ponderei muito antes de a comprar. Com as tachas - que por acaso adoro - acho que as lojas do costume se estão a tornar repetitivas (e enjoativas) com as mesmas.
Quanto aos saldos, como já mencionei em variados posts (isto já são três anos, e sempre fiz estes posts eheh) e acabo por não mencionar sempre :))
Quanto à questão das tendências (2 na mesma peça) eu não falo tanto nessa perspectiva porque não encaro as coisas por ser ou não tendência. Eu vou mais por "usa o quê/e como gostas" - devemos estar actualizadas, mas - acima de tudo - encaro as coisas de maneira a cultivarmos a nossa própria personalidade e gostos, através de pesquisas, inspirações e ponderação :D
Beijinho também p'ra ti, gosto muito do teu blog **
Ah a camisa camuflada... eu estava céptica mas vi um casaco lindo em camuflado assim com um corte mais feminino e mais "me" e decidi encomendar e oferecer-me a mim própria pelo Natal ;D Camuflado também é daquelas coisas intemporais.
Eu não diria melhor! Adorei. Equilíbrio, qualidade e valor-por-uso é tudo num guarda roupa ;) As únicas peças que compro sempre que vejo são aqueles básicos que já sei como me assentam, que uso muito, mas aparecem nas lojas com pouca frequência: sheath dresses de meia manga, manga comprida ou decote portrait, calças cigarrete com cós masculino bem cortadas, blusas com decote de bailarina...