A MINHA VERDADE | O QUE É SER DIGITAL INFLUENCER EM 2018?
Bem, preparem as pipocas (ou qualquer snack proteico que gostem, claro!!), que vem aí um longo post. Tentei ao máximo resumir tudo mas fica tanto por dizer que não sei se fale no IG TV disto (digam-me o que acham!!).
Contexto: ontem a comunidade nacional de influencers/bloggers/intagramers/pessoas com pegada digital, o que lhe queiram chamar, parou para ver o vídeo da Inês Mocho. Antes de colocarem o play (e façam-no, por favor), o contexto é o seguinte: houve um drama gigante entre alguns dos grandes (grandes mesmo, com milhões de subscritores) youtubers de beleza dos US. Nem me vou alongar com o contexto desse drama, porque acaba por ter pouco a ver com as consequências (mas podem ler aqui).
Tudo isto acabou numa troca de bocas e acusações sobre a comunidade de Youtubers e Influencers de beleza, o que levou muitos outros Y/I (vamos passar a usar as iniciais para não ser tornar cansativo) a partilharem "A Sua Verdade".
My Truth é o nome do "movimento" que começou no Youtube e que, entretanto, já deve estar um pouco por todo o lado. Bem... Tem sido um LAVAR DE ROUPA SUJA incrível (porque está a ser no bom sentido, eu acho), mas eu resumo:
- Todos os "esquemas" que existem para se criarem campanhas de publicidade: desde influencers com pacotes que incluem "falar mal da concorrência" nas suas reviews, a publicidade paga para ser encapotada, ao facto de tanto os Y/I como as marcas recorrerem a sites com zero contacto: as marcas limitam-se a dar um briefing (fechado) e quem quiser que as faça - sendo que nos briefings eram pedidas coisas como "tens que dizer que compraste" "tens que dizer que é igual a produto x da concorrência mas mais barato". Uma coisa assim bizarra, mesmo.
- Que as marcas estão cada vez mais descrentes no (agora) chamado Influencer Marketing, pelos valores cada vez mais astronómicos (um vídeo patrocinado nestes canais chega a 60 mil dólares) face a um retorno cada vez menor em conversão directa (vendas). Atenção: isto não está comprovado. Isto é o que as marcas de beleza alegadamente acham (segundo os Y que vi a falarem disto).
- A falta de entreajuda entre a comunidade, em várias perspectivas mas, mais concretamente, em ajudarem-se nos negócios uns dos outros (muitos dos grandes Y americanos já têm a sua própria marca de beleza).
Não vou estar a discutir o mercado americano (porque não o sigo com atenção, não trabalho nele nem vai fazer grande diferença no nosso mercado - que está MUITO atrás), por isso, passemos ao nosso caso. Comecem por ver o vídeo da Inês Mocho que já me vai poupar bastante latim:
Eu trabalho em marketing digital, tenho este blog há 9 anos e sou consumidora orgânica (e, sim, influenciada pelo que gosto de ver nas redes sociais). Então (e modéstia à parte), perspectiva mais completa é díficil! ahah Mas não deixa de ser a minha opinião. Ou, como se diz, "a minha verdade".
Estamos claramente num ponto de viragem. E espero que isto entre nos carris, dentro dos mínimos, porque tem sido uma selva, um passar de 8 para 80 em todos os sentidos - e quase sempre para o mal. A velocidade é alucinante no digital e todos (leitores, content makers e marcas) estamos a sofrer as dores deste crescimento.
Diálogo - abertura - trabalho de casa. De todos!
Acabou-se o "este é o meu produto preferido" a cada semana. Acabaram-se os textos feitos pelas agências, copiado e colado nas legendas de partilhas no Instagram (e meus amigos, acreditem, MUITAS influencers o fazem). Já ninguém cai nisso, isso já passou, vamos "move on": pagar um conteúdo não é comprar uma opinião. Isso acabou!
O que todos nós (marcas, influencers e, acima de tudo, consumidores) precisamos é de "real brand content". Conteúdo real, interessante, original e, claro, que acrescente algo. Ou, nos mínimos, que entretenha. Eu sou suspeita, pois trabalho nessa área. ahah Mas acho sinceramente que isso é o futuro!!
Eu quero conhecer produtos sem me serem impostos, quero saber para que servem, quando os posso usar, o que vou ganhar, isto tudo de uma forma gira, dinâmica, cuidada mas A SÉRIO! É "só" isto. Mas "só isto" dá trabalho....
Hoje em dia, quando se paga a uma pessoa para publicidade, não é para ela debitar um PR (credo!), mas sim para ela ver o produto, criar uma estratégia para o comunicar dentro das suas propriedades digitais (e linguagem) de forma a que faça sentido e que agrade (o conteúdo, não necessariamente o produto) a quem a segue.
As parcerias de um só post no Instagram serão, espero eu, uma coisa do passado: não acho que seja necessário qualquer pessoa ser embaixadora da marca, não sou crente no story telling excessivo, mas acho que é muito mais credível e eficaz quando existe mesmo uma estratégia e alguma continuidade na mesma.
As novas tendências:
Adeus, Facebook (o grupo!). WHAT?
Diz o site Medium que 2018 é o fim das redes sociais como as conhecemos. Desde os millenialls estarem a sair das redes sociais mais conhecidas (em prol das de nicho) à cada vez menor fatia do budget de marketing nas mesmas - por não se conseguir provar Return Of Investement. Enfim, podem ler mais sobre isso aqui.
Where will we go after social media and useless apps? That’s not even clear —
hopefully back to living more balanced and fulfilling lives.
O Snapchat e o Youtube serão duas das redes que se prevê terem mais crescimento. Mas, atenção, eu já li MIL artigos a dizer coisas deste género. É como o fim ditado das bloggers - já o dizem desde que existem blogs. Enfim, vale o que vale!
Existe, no entanto, um "adeus" que me parece que vai acontecer...
O adeus à imagem perpetuada nestas plataformas nos últimos anos: as fotos na cama com um tabuleiro com um pequeno almoço imaculado, esse tipo de coisas. Esta vida irreal que (já) não engana ninguém. Posts com zero conteúdo e, claro, com uma realidade falsa.
É aqui que entra o trabalho de casa do consumidor: a triagem. Já ninguém quer seguir alguém só porque "tem de seguir". Cada vez existem mais perfis, os nichos estão a deixar de ser nichos (no sentido de audiência), existem estilos diferentes (aqui falo de moda, de alimentação, de beleza) e podemos (DEVEMOS) seguir apenas aquilo que nos acrescenta algo, que nos inspira. O resto... É o resto. No fear of missing out.
Bem... Tentei colocar o máximo de informação/opinião no mínimo de texto, espero que isto não tenha ficado uma manta de retalhos!!! :/ Sublinho: não abordei imensas coisas por já estarem eexplicadas no vídeo da Inês.